COMUNIDADE COMO LABORATÓRIO DE REPRESENTAÇÃO IDENTITÁRIA (CoLaboRi) PARA O PLANEJAMENTO TERRITORIALISTA: ENSAIO EM COMUNIDADES DO PARQUE ESTADUAL DO RIO DOCE/MG

Nome: MARIA LUISA BARBOSA DE SOUZA

Data de publicação: 29/05/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DANIELA POLI Examinador Externo
GISELE GIRARDI Examinador Externo
LATUSSA BIANCA LARANJA MONTEIRO Examinador Externo
RENATA HERMANNY DE ALMEIDA Presidente

Resumo: A presente pesquisa aborda a temática Participação-Representação Identitária, e baseia-se no
conjunto de reflexões e pragmáticas estabelecidas pela Escola Territorialista Italiana – ETI. A
abordagem territorialista, compreende o alargamento conceitual do patrimônio, ao considerar
o patrimônio territorial como resultado da coevolução entre ambiente natural, construído e
antrópico. Nesta perspectiva, a valorização do patrimônio territorial é considerada
fundamental para o planejamento do território e desenvolvimento local autossustentável.
Além disso, destaca-se como etapas do arcabouço metodológico territorialista, a descrição,
interpretação e representação identitária. Esta última, desenvolve-se por meio da
reorganização de metodologias, técnicas e instrumentos cartográficos para produzir análises e
sínteses qualitativas do território. Dessa forma, partindo da compreensão do mapa como
ferramenta essencial, e a sua utilização na etapa de representação identitária para investigação
das características locais no planejamento territorialista; bem como a necessidade da
participação ativa das comunidades durante este processo discute-se a importância do
desenvolvimento e aplicação de metodologias participativas, sobretudo, na construção de
mapeamentos. Neste contexto, retroalimenta-se nesta pesquisa os entendimentos conceituais e
metodológicos acerca da noção de “Comunidade como Laboratório de Representação
Identitária”, CoLaboRI, este desenvolvido pela pesquisadora em estudos anteriores, e
entendido como importante método interativo a fim de valorizar o conhecimento local,
estimular as narrativas e a consciência das comunidades sobre o território. Dessa forma, o
recorte territorial escolhido para estudo localiza-se no interior do estado de Minas Gerais, e
constitui-se pelo Parque Estadual do Rio Doce – PERD e seu entorno imediato. O PERD é
uma importante unidade de conservação, considerado o maior remanescente do bioma de
Mata Atlântica do Estado. Entretanto, ressalta-se no recorte, aspectos em nível macro
associados ao uso do território, que afetam a harmonia entre a natureza e a cultura. Logo,
investiga-se a relação natureza-cultura no nível local, em leitura multidimensional, bem como
a relação específica da Comunidade-Parque. De maneira geral, objetiva-se aplicar CoLaboRI
em comunidades do Parque Estadual do Rio Doce - PERD. Para tanto, procede-se à
metodologia qualitativa, descritiva, experimental e de ação participativa, ordenadas conforme
as seguintes atividades: pesquisa bibliográfica acerca do referencial teórico e metodológico;
apresentação de experiências de mapeamento comunitário coordenadas pela ETI; análise,
síntese, organização e sistematização para definição dos pressupostos de CoLaboRI;
preparação e aplicação da metodologia participativa em CoLaboRI; descrição e análise da
experiência ColaboRI; análise qualitativa dos mapas comunitários e análise de conteúdo dos
diálogos em grupo; proposição de diretrizes estatutárias e estratégicas para o planejamento
territorial, integrador do binômio natureza-cultura e ativador da participação social;
representação figurativa sintética para CoLaboRI, em consonância com esquemas processuais
da ETI. Como resultado, os experimentos realizados nas comunidades-laboratório da
pesquisa, Santa Rita (Marliéria) e Celeste (Timóteo), permitem constatar importantes
sedimentos territoriais; invariâncias e regras de transformação; contextos multidimensionais e
multiescalares; assim como, avanços e entendimentos importantes para CoLaboRI, que
podem ser aplicados em outros processos de planejamento territorialista, sob
contextos sócioterritoriais diversos.

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