MORFOTIPOS PAISAGÍSTICOS PARA O PLANEJAMENTO TERRITORIAL:
EXPERIMENTAÇÃO EM JUIZ DE FORA, MINAS GERAIS
Nome: KELLY LARA DE ALMEIDA
Data de publicação: 29/02/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ANA APARECIDA BARBOSA PEREIRA | Examinador Externo |
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONCA | Examinador Interno |
RENATA HERMANNY DE ALMEIDA | Presidente |
TATIANA CANIÇALI CASADO | Examinador Externo |
Resumo: O presente trabalho se desenvolve nas áreas temáticas Paisagem, Planejamento, Patrimônio e
Território, cuja reflexão está inserida na problemática das transformações aos quais estão
submetidas as paisagens das cidades. A paisagem pode ser definida como o território expressivo de
identidade, cujo caráter deriva da ação de fatores naturais e humanos e suas interrelações. A
paisagem é, portanto, o território construído historicamente. O entendimento da paisagem como
referência de identidade territorial a situa como mediadora em planos e projetos para o território.
Entende-se que, apesar dos avanços no campo da paisagem e da produção científica advindas da
Convenção Europeia da Paisagem, ainda se tem impasses para concretizar ações efetivas de
proteção, gestão e ordenamento das paisagens urbanas. Neste sentido, apreende-se o projeto
paisagístico a partir do patrimônio territorial, um referencial para orientar as estratégias de projeto
para a restauração da dinâmica de formação das paisagens. Para tanto, procede-se à abordagem
metodológica da Escola Territorialista Italiana - ETI, articulando noções e métodos de modo
interdisciplinar, entre arquitetura e geografia. A partir do reconhecimento das heranças territoriais, a
ETI propõe o conceito de território entendido como patrimônio, ou do “patrimônio territorial”,
construído historicamente pelas ações humanas na natureza, definindo-se nas relações entre o
ambiente físico (sistema ambiental), o ambiente construído (sistema territorial-paisagístico) e o
ambiente social (sistema antrópico). A pesquisa enfrenta teórica e metodologicamente a elaboração
de uma dupla narrativa - histórico-estrutural e morfotipológica - pautada na interpretação e na
representação do patrimônio territorial e pretende discutir a possibilidade de se identificar um
morfotipo paisagístico e quais os elementos para a sua representação. Dessa forma, considerando as
constantes transformações urbanas e tendo em vista o cenário de perda do valor da paisagem e a
relação com seus elementos estruturantes, objetiva-se neste trabalho identificar o patrimônio
territorial-paisagístico de Juiz de Fora/MG, e indicar quais os elementos do território podem ser
considerados para se pensar o morfotipo paisagístico. Sob abordagem qualitativa e descritiva,
procede-se à metodologia de pesquisa caracterizada por empírica (SERRA, 2006). As atividades
vinculadas à abordagem metodológica pretendem: (a) identificar, descrever e representar a
paisagem e os elementos estruturantes que pressupõem o patrimônio territorial-paisagístico; (b)
identificar e analisar permanências, persistências e rupturas no território em estudo no intuito de
compreender suas potencialidades; ( c ) reconhecer unidades tipológicas analíticas do território e (d)
estabelecer indicações conceituais e metodológicas para a representação de morfotipos
paisagísticos. Desse modo entende-se que a paisagem constitui um fator estratégico e acesso à
valorização do território, a partir do qual pode-se construir uma gestão deste com base nos
princípios do desenvolvimento sustentável.