Ressignificação do campo: a ocupação das margens da usina
hidroelétrica do funil
Nome: LEANDRO TEIXEIRA GRANDI
Data de publicação: 19/02/2024
Banca:
Nome | Papel |
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CLARA LUIZA MIRANDA | Examinador Interno |
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONCA | Presidente |
RICARDO TREVISAN | Examinador Externo |
Resumo: Em 2002, o represamento de um trecho do rio Grande resultou na criação da Usina
Hidroelétrica Funil, que afetou áreas urbanas e rurais dos municípios de Lavras, Ijaci,
Perdões e Ribeirão Vermelho (entre outros) localizados no sul de Minas Gerais. O
evento alterou não só a paisagem da região, mas também suas estruturas econômicas
e sociais. A paisagem rural, caracterizada por plantações, pastagens, fazendas e
aparatos rurais foi majoritariamente submersa. Posteriormente, mesmo o que restou
dessa paisagem nas áreas elevadas, diminuiu e deu espaço para um novo tipo de
ocupação: casas de campo ou residências de uso ocasional. As mudanças ocorreram
nas últimas duas décadas e foram vivenciadas pelo autor. Com base nesse cenário,
a presente pesquisa teve como objetivo avaliar o fenômeno de ocupação não primária
em áreas rurais e entender as dinâmicas urbano-rurais neste contexto, dentro do
recorte apresentado (área de margens localizadas dentro do limite administrativo de
Perdões – MG). A metodologia se dividiu em três aspectos de aproximação: “Espaço,
Suporte e Materialidade”, “Legislação” e “Composição”. Estes aspectos buscaram
produzir evidências sobre o fenômeno de ocupação não primária por meio de
geoprocessamento, pesquisa de campo, pesquisa documental e análise de legislação.
Como resultado foi possível entender que houve uma ruptura entre o passado e o
presente da região, na qual as casas de campo constituem uma camada sobreposta.
Além disso, ficou exposto que a legislação atual deixa espaço para interpretações
conflitantes, principalmente em relação ao parcelamento do solo. Também foi possível
perceber que o rural e o urbano na região estão difusos, mas podem ser identificados
de forma pontual e fragmentada.