Cidade, Caminhos e Croquis: Relações Entre a Desnaturalização do Rio da Costa e a Evolução Urbana de Vila Velha-es

Nome: BRUNO GIORGIO D'ALESSANDRI MARTINS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/02/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRE LUIZ NASCENTES COELHO Examinador Externo
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA Orientador
LÚCIA MARIA SÁ ANTUNES COSTA Examinador Externo

Resumo: A consolidação de núcleos urbanos muitas vezes se atrela a modificações dos sítios
originais em que se inserem, levando a intervenções na paisagem e em elementos
naturais. Acredita-se que essas ações refletem em mudanças de ecossistemas e de
contato e pertencimento das pessoas com as águas urbanas, alterando seus valores
subjetivos e qualidade de vida. Nesse sentido, a relação entre rios e cidades pode se
tornar conflituosa quando, em nome do controle de inundações e da expansão urbana,
os cursos d’água e suas áreas de várzea são suprimidos, fragmentados, degradados
e canalizados. O rio da Costa, em Vila Velha-ES, é um exemplo desses casos e objeto
deste trabalho, que se propõe a investigar a desnaturalização do rio e a evolução da
forma urbana, buscando a compreensão de como esses processos se associaram e
influenciaram nos vínculos das pessoas com o, agora, canal da Costa. Para atingir
essas interfaces, a metodologia mescla três tipos de olhares sobre o objeto: as visões
do urbanista, do caminhante e do vivente, que envolvem a fundamentação teórica e
permeiam entre os procedimentos. A aplicação dos métodos se inicia na pesquisa
documental histórica do crescimento da cidade associada à desnaturalização do rio
da Costa, baseada em livros, publicações acadêmicas, fotografias, mapas e
ilustrações, gerando uma periodização em quatro etapas de intervenções. Em
seguida, esses períodos foram relacionados aos estudos de Macedo (1999),
justificando aspectos da urbanização litorânea, e à evolução da forma urbana,
segundo metodologia de Costa e Netto (2015). Desses estudos, compreende-se que
a transformação do rio em canal da Costa se atrela a um modelo de formação de
cidades brasileiras que generaliza o território e, por isso, o objeto se modificou em
função da ocupação e se distanciou de suas características naturais. A escala de
análise é posteriormente aproximada com a divisão do canal em setores, segundo
método de Mendonça (2002), e com o desenvolvimento de caminhadas e croquis que
evidenciam os usos, problemas e particularidades de suas margens. Em
complemento, levantou-se a legislação urbana que regulamenta a ocupação do
entorno do objeto, mostrando que aparentemente não há interesse em valorizá-lo
enquanto corpo hídrico e incorporá-lo ao tecido urbano. Por fim, a pesquisa apresenta
aspectos subjetivos e qualitativos frutos de caminhadas e contato com moradores e
passantes, traduzido em relatos e croquis que mostram contrastes da relação entre o
canal e a cidade. A pesquisa revela que o canal da Costa guarda o passado de um rio
localmente importante, porém tido como valão e invisível na forma urbana, fruto da
densa ocupação da planície costeira sob influência fluvial, pluvial e marítima. A partir
da hipótese de que o objeto pode ser ressignificado como elemento urbano e
ecológico estruturante e potencialmente agregador na paisagem de Vila Velha,
conclui-se que futuras intervenções no canal precisam, além da prevenção de
alagamentos, buscar formas de incorporar as águas urbanas na cidade.

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