TERRITORIALIZAÇÃO e Desenvolvimento Local: um Estudo Das
fazendas Cafeeiras de Muqui/es

Nome: LUCIANO CORREIA BERNARDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/05/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
RENATA HERMANNY DE ALMEIDA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CARLOS TEIXEIRA DE CAMPOS JÚNIOR Examinador Externo
EDNILSON SILVA FELIPE Examinador Externo
RENATA HERMANNY DE ALMEIDA Orientador

Resumo: A pesquisa se desenvolve no âmbito das ciências sociais aplicadas, e propõe-se a estabelecer o
diálogo entre “territorialização” e “desenvolvimento autossustentável” com vistas ao retorno dos lugares
ao projeto mediante um processo investigativo acerca do objeto-concreto deste estudo: as fazendas
cafeeiras históricas do município de Muqui – ES. O referencial teórico se desenvolve a partir da
Abordagem Territorialista Italiana, e, em uma rede temática vinculada à compreensão do território e do
patrimônio territorial, dialogando com autores como Alberto Magnaghi, Daniela Poli, Rogério Haesbaert,
Marco Aurélio Saquet e Maximo Carta. A abordagem territorialista propõe o alargamento do conceito
de patrimônio considerando o patrimônio territorial como a síntese resultante do ambiente físicogeográfico, da ação antrópica do homem habitante e da força das dinâmicas socioeconômicas na
estruturação do território. Desta forma, propõe um percurso projetual e de gestão que objetiva a
autossustentabilidade local e permite a reprodução e a valorização dos recursos patrimoniais locais
sem a dependência de agentes externos. O território de Muqui é inicialmente habitado por índios Puris,
até meados do século XIX, quando, a busca por terras devolutas férteis associada à exaustão aurífera
nas Minas Gerais e ao esgotamento das lavouras fluminenses dão início ao surgimento de fazendas
que propiciam a supremacia da cafeicultura local e uma nova configuração da estrutura agrária do
Espírito Santo, promovendo significativas transformações territoriais. Posteriormente, diversos fatores
contribuem com a diminuição da produção cafeeira na região, e, como resultado destes processos,
ocorreu uma redução drástica no número de fazendas cafeeiras históricas remanescentes hoje no
município. Frente a este cenário atual, marcado por um intenso processo de abandono de estruturas
ligadas às fazendas cafeeiras históricas em Muqui, discute-se um processo de desvinculação deste
conjunto com a dinâmica de desenvolvimento local. Pretende-se portanto, promover, a partir da
aplicação do panorama teórico conceitual adotado, uma análise crítica acerca das fazendas cafeeiras
históricas de Muqui, com base em sedimentos vinculados ao longo dos ciclos de territorialização, numa
identificação de sua relação para com o patrimônio territorial a partir da discussão de suas
características de territorialização simbólicas e/ou funcionais. O modelo metodológico adotado é
caracterizado pela seleção de métodos qualitativos, que consistem na descrição do objeto visando
compreender suas características profundamente a partir de uma classificação híbrida, num diálogo
entre o “modelo conceitual verbal” e os “modelos físicos”. A combinação desses diferentes modelos é
conformada através de um processo complexo de revisão bibliográfica e documental, representação
identitária, descrição e síntese do patrimônio territorial do objeto-concreto. Conclui-se, portanto, que as
fazendas cafeeiras históricas em Muqui não têm alcançado forças, enquanto importantes recursos
patrimoniais, que possam ser classificadas como um modelo de desenvolvimento autossustentável,
sendo necessária a articulação de estratégias que promovam o engajamento de atores locais, para
que, através da valorização de seus recursos territoriais, seja possível a construção de um projeto de
desenvolvimento local autossustentável que promova uma produção do território pautada no bem estar
duradouro de seus recursos.

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