Geografia Histórica, Cidade e Memória: Narrativas Que Revelam a Formação Territorial de Itabatã (ba)

Nome: MAIARA DOS SANTOS DIAS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/03/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA Orientador

Resumo: O processo de urbanização tem se acentuado nas últimas décadas, associado, sobretudo, à globalização e ao desenvolvimento capitalista. Dessa maneira, constata-se o considerável crescimento de pequenos núcleos urbanos, com desenvolvimento pautado, em sua maioria, nos interesses do capital, em detrimento de outros princípios mais humanos. Isso reestrutura o papel das cidades, e dificulta a preservação da paisagem como herança cultural no processo de desenvolvimento urbano, afetando a identidade e a memória coletiva. Essa problemática está diretamente relacionada ao contexto de Itabatã, distrito localizado no município de Mucuri, Extremo Sul da Bahia, na fronteira com o norte do Espírito Santo. Itabatã tem apresentado um crescimento urbano acelerado, pautado em valores econômicos, e impulsionado nas últimas três décadas pela instalação da fábrica Suzano Papel e Celulose (antiga Bahia Sul Celulose), em 1989. Esse crescimento acelerado desconsiderou a história do lugar, que atualmente é um pequeno núcleo urbano inserido na dinâmica econômica global, mas sem qualquer registro de sua história e cultura. Hoje, o território concentra mais da metade de toda a população do município, e não possui espaços de memória, sendo esta pesquisa o primeiro estudo acadêmico sobre Itabatã. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo principal recompor e analisar a narrativa histórica da formação territorial de Itabatã (BA), enfatizando os processos socioespaciais e econômicos que, ao longo do tempo, contribuíram para a formação desse pequeno núcleo urbano. Dessa maneira, investiga-se a geografia histórica de Itabatã, desde sua recente origem, vinculada à construção da rodovia BR-101 na década de 1960, até seu momento atual de evolução urbana (2018). A abordagem tem como referência os estudos sobre território e geografia histórica dos autores MORAES (2005), ABREU (1998; 2014), MAIA (2006; 2012) e VASCONCELOS (2009). Devido à escassez de informações históricas a respeito de Itabatã, são empregados métodos mistos, pautados principalmente na história oral. Logo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com pessoas-chave, que conhecem a origem do distrito; também coleta de dados de décadas anteriores e atuais (IBGE, SEI/BA, IHGBA), pesquisa em instituições e bibliotecas do município, notícias de jornais locais, estudos acadêmicos, relatos de viajantes do século XIX, entre outras fontes. Foram destacados quatro períodos principais na formação territorial de Itabatã. Constatou-se que os momentos significativos do crescimento populacional e a expansão da malha urbana estão diretamente relacionados às etapas de expansão da citada fábrica Suzano Papel e Celulose. Na formação territorial de Itabatã são reveladas melhorias urbanas, e a recente valorização do solo, antes rural e agora urbano. Também há muitos conflitos e desigualdades, transformações bruscas que estimularam novas dinâmicas.

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