ACESSIBILIDADE VIÁRIA E DESENVOLVIMENTO URBANO: O MUNICÍPIO DA SERRA (1923-1973)
Nome: MANOELA PATRÍCIA ALEIXO SANTOS CAMPOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/08/2016
Banca:
Nome | Papel |
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ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA | Examinador Interno |
JOSÉ FRANCISCO BERNARDINO FREITAS | Orientador |
MARLICE NAZARETH SOARES DE AZEVEDO | Examinador Externo |
Resumo: Este estudo relaciona a acessibilidade promovida pelas vias, sejam rodovias, ferrovias ou os rios e os mares, com o desenvolvimento urbano. Objetiva, assim, demonstrar que as formas de circular operam sobre o território por meio de ações políticas ou decorrentes das mediações da economia, na promoção, ou involução do crescimento ou desenvolvimento de um lugar. Apresenta inicialmente o processo de ocupação territorial do Brasil em que a circulação era realizada pelos rios, pelo mar e por trilhas e estradas para trânsito a pé ou com animais, fato que perdurou até o fim do século XIX. A partir daí ferrovias são inseridas constituindo uma rede, ampliando as possibilidades de circulação no país. Identifica que, com a introdução da indústria automobilística, o Brasil opta pelo predomínio rodoviário, e muitas ferrovias deixam de existir para dar lugar a rodovias. Examina como as alterações na forma de circular agiram diretamente nas localidades em que estavam inseridas, desenvolvendo-as ou até mesmo fazendo-as desaparecer. O município da Serra, definido como recorte territorial da pesquisa, foi apresentado desde sua ocupação inicial, em que a circulação predominante era promovida pela via fluvial e marítima. Posteriormente vai passar por um período de inserção da ferrovia em seu território até o estabelecimento da rodovia como principal meio de circulação. Identifica que a Serra, inicialmente, desenvolveu sua ocupação no litoral e no entorno do rio Santa Maria, onde ocorria a movimentação do café produzido na região de Santa Leopoldina. A passagem da ferrovia nessa região modificou o transporte de mercadorias e causou o declínio pela retirada de localidades, como a de Queimado e de Nova Almeida, da economia local, permanecendo esta última, apenas como balneário de patrimônio jesuítico. O recorte temporal de 1923 a 1973 parte da construção do primeiro acesso entre a Serra e a capital, Vitória, até este ramal passar a fazer parte da BR-101, inaugurada em 1973. A BR-101 redirecionou o desenvolvimento urbano para seu entorno, constituindo um dos mais importantes agentes transformadores do município que, a partir da década de 1970, foi inserido no contexto urbano e econômico da Grande Vitória, viabilizando o estabelecimento, em seu território, de grandes projetos da instância federal.
Palavras-chave: Acessibilidade. Desenvolvimento urbano. Circulação viária. Ocupação urbana. História da Serra