As Águas na Paisagem Costeira: Inter-relações e Conflitos na Bacia do Riacho-ES

Nome: KARLA GARCIA CORREIA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/12/2022
Orientador:

Nomeordem crescente Papel
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA Orientador

Banca:

Nomeordem crescente Papel
GIOVANILTON ANDRÉ CARRETTA FERREIRA Examinador Externo
ENEIDA MARIA SOUZA MENDONÇA Orientador
ANDRE LUIZ NASCENTES COELHO Examinador Externo

Resumo: As águas desempenham um papel de grande importância no imaginário coletivo, visto
que sua presença corresponde a locus de práticas sociais e simbólicas de
comunidades que se vinculam a estas.
A zona costeira brasileira é uma das áreas mais ricas e variadas de todo o território,
mas que passa por conflitos socioambientais de diversas proporções, devido às suas
potencialidades paisagísticas, estratégicas e econômicas, onde as águas
desempenham um papel crucial nas dinâmicas destes espaços. Sendo marcada por
apropriações pelos grupos hegemônicos que criam um controle quanto aos recursos
naturais existentes e intensificam a geração de conflitos com comunidades,
principalmente tradicionais que historicamente habitam estes locais.
É neste sentido que se insere a Bacia hidrográfica do rio Riacho, em Aracruz, no litoral
norte do Espírito Santo, recorte territorial utilizado nesta pesquisa. E o objetivo geral
deste estudo, visa analisar processos de transformação da paisagem da bacia do
Riacho- ES e como este processo tem repercutido nas relações das pessoas com as
águas, sobretudo na comunidade costeira de Barra do Riacho, em Aracruz-ES. Assim,
utilizou-se como metodologia, os estudos bibliográficos relacionados à temática das
águas, território costeiro e globalização; pesquisa históricas por iconografias, relatos
e cartografias antigas; análise de mapas temáticos; levantamento e análise
documentos e legislações; entrevistas pré-estruturadas com moradores de forte
representatividade da Barra do Riacho, além de visitas a campo, para levantamento
dos padrões urbanísticos e de acessibilidade pública às águas (Mendonça, 2005).
As análises indicam, que os processos de privatização do recurso hídricos, para
atender a produção, deixam claro as falhas sociais e ambientais que se instalaram na
localidade. Constatou-se que o avançar da racionalidade econômica pelos ambientes
costeiros no Espírito Santo, especialmente na orla de Aracruz, aponta para um “novo”
ciclo de crescimento econômico, baseado na ampliação das estruturas logísticas já
existentes e na criação de novas fronteiras interioranas para alocar as diversas
atividades produtivas.
As bacias hidrográficas costeiras, estão marcadas por acelerados impactos
antrópicos, onde a ampliação dos investimentos, sobretudo aos setores extrativistas,
pode indicar o aumento da demanda hídrica na região, amplificação da contaminação
hídrica e consequente redução da conexão entre as pessoas e as águas. Sendo
assim, a gestão integrada voltada aos recursos hídricos e gestão costeira do Espírito
Santo, articuladas aos Planos Diretores Municipais pode ser uma ser uma estratégia
de consideração dos espaços ambientalmente e socialmente fragilizados e
invisibilizados, se devidamente ancorada no desenvolvimento sustentável para a
manutenção das biodiversidades e das populações vulneráveis e não limitada ao
sentido economista.

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