CASA Expandida: da Concepção Africana de Habitar à Casa da Diáspora Brasileira
Nome: MARIAH SANTOS BARCELLOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/06/2023
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| CLARA LUIZA MIRANDA | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| CLARA LUIZA MIRANDA | Orientador |
| GABRIELA LEANDRO PEREIRA | Examinador Externo |
| LUTERO PROSCHOLDT ALMEIDA | Examinador Interno |
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo geral explicitar como a produção da habitação
afro-brasileira foi e continua sendo influenciada pela cosmovisão e arquitetura africana.
Para isso, espera-se investigar os elementos constituidores dos arquétipos
habitacionais de dois grupos linguísticos africanos: os bantos e os sudaneses, tendo em
vista que ambos representam a maior parte do contingente de africanos trazidos para o
Brasil. Dessa forma, para além das tipologias arquitetônicas, é desejado compreender
a cosmovisão estruturadora das maneiras de habitar de tais povos. Nesse sentido,
espera-se abordar as duas perspectivas do habitar tanto no contexto pré quanto pós
travessias, tendo como recortes de análise os kraals banto e sudanês em África e os
quilombos no Brasil. Com relação a estrutura da pesquisa, esta se sustenta na
elaboração de um quadro conceitual que norteia e fornece embasamento metodológico,
teórico e conceitual no primeiro momento. No segundo momento a cosmovisão banta e
sudanesa é investigada em dois recortes: no continente africano anterior ao tráfico
negreiro e na diáspora brasileira. No terceiro momento a investigação acerca do espaço
de habitar é aprofundada em consonância com duas discussões teóricas, que auxiliarão
na análise pretendida ao final da pesquisa. Valer ressaltar que em virtude da escassez
bibliográfica encontrada, optou-se por estabelecer um quadro conceitual que garantisse
o desenvolvimento da temática a partir da elaboração de uma metodologia própria de
pesquisa. Portanto, observa-se a construção de uma estrutura metodológica
interdisciplinar simpática à perspectiva decolonial e afrocêntrica, em contraposição a
lógica eurocêntrica implementada historicamente nas pesquisas científicas, tendo a
transcriação cultural como principal base teórica. Como resultado, destaca-se a
urgência da temática para o campo da história da arquitetura brasileira de forma
condizente à realidade social, cultural e espacial observada. Apesar da necessidade de
redução do escopo inicial da dissertação, observa-se o esforço de contribuição para a
solidificação de um campo de pesquisa ainda pouco trabalhado e de grande potencial,
que não se restringe a disciplina teórica da arquitetura, mas, se expande para a reescrita
de um registro histórico condizente com a realidade brasileira, que fomenta a
representatividade a partir da identificação e a amplia a bagagem referencial dos
arquitetos e urbanistas brasileiros independente de sua origem étnica.
